ROMA, 12 de dez de 2017 às 15:41
Depois de seis anos, os católicos da cidade de Homs (Síria) celebrarão a Missa de Natal na Catedral Católica Greco Melquita de Nossa Senhora da Paz, destruída durante os combates entre o exército sírio e grupos terroristas.
Na informação enviada ao Grupo ACI, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) indicou que, no dia 1º. de dezembro, o Patriarca católico grego melquita da Antioquia, Dom Youssef Absi, celebrou uma Missa na qual consagrou o altar da catedral ante mil pessoas, incluindo vários muçulmanos.
Missa de consagração no altar da Catedral / Foto: Cortesia ACN
Em sua homilia, recolhida pela ACN, Dom Absi recordou aos presentes que, devido os confrontos “muitos morreram como mártires, suas casas foram destruídas, foram obrigados a descolar-se e perderam seus pertences e dinheiro, entretanto, não permitiram que estas dificuldades lhes vencesse e derrotasse o seu espírito”.
“Eles voltaram, com uma forte vontade de reconstruir o que foi destruído, e aqui, hoje, você, com sua presença, retorna sua vida a essa catedral. Reconstruir igrejas e restaurá-las não faz sentido sem o retorno a elas; sem a reconstrução das pessoas“, expressou.
O Prelado afirmou que hoje celebramos a reconstrução desta igreja e “a nossa vontade de permanecer aqui, na nossa terra, no nosso país”.
Destacou que Cristo “não nos abandona ao mal nem à morte” e que “pode ??ser difícil para nós acreditar nisso no mar das adversidades que nos atormentaram e que ainda nos aterrorizam, mas Jesus insiste para que não percamos a esperança. Ele nos pede para que confiemos, e que não tenhamos medo”.
Dom Youssef Absi durante a celebração da Eucaristia / Foto: Cortesia ACN
A ACN informou ao Grupo ACI que a reconstrução da catedral começou em meados de 2016 e que ainda falta restaurar uma parte do templo.
Vista do lado de fora da Catedral de Nossa Senhora da Paz / Foto: Cortesia ACN
A Fundação Pontifícia precisou que desde a guerra civil na Síria em 2011 até 2014, Homs foi o “antigo epicentro” do conflito entre o exército sírio e os grupos terroristas, entre eles estavam o Exército Livre Sírio, o Frente Islâmico e o Frente Al Nusra. Durante esses três anos, a Catedral foi ocupada por extremistas.
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Os jihadistas destruíram os ícones, as colunas do templo, queimaram diversos objetos e profanaram as tumbas dos sacerdotes que estavam na cripta. Os bombardeios também danificaram o teto.
Mons. Jean-Abdo Arbach segurando um dos ícones destruídos / Foto: Cortesia da ACN
Vitral quebrado da Catedral / Foto: Cortesia ACN
Antes da guerra, Homs era o lar de uma das maiores comunidades cristãs do país. Entretanto, em 2012, mais de 50 mil cristãos fugiram da cidade devido à “limpeza étnica”; realizada pelos terroristas.
Em 9 de maio de 2014, o exército sírio libertou a cidade e - segundo narrou a ACN, o Arcebispo grego católico de Homs, Dom Jean-Abdo Arbach - dois dias depois “ocorreu uma grande explosão na catedral que causou danos dez vezes mais graves. O teto, a cúpula e duas paredes inteiras foram derrubadas. Os rebeldes haviam escondido explosivos embaixo da cátedra (trono) onde o bispo se senta”.
Após o final dos confrontos, os habitantes de Homs voltaram progressivamente, mas a insegurança ainda continua.
Nesse sentido, Dom Arbach manifestou que “as pessoas estão acostumadas a sofrer e por isso, apesar de todas as dificuldades seguem em frente. Claro que há um pouco de medo e algumas pessoas pensam em deixar o país. Mas a situação lá fora também não é fácil e muitos votaram e começaram a reconstruir as suas casas”.
“Agora que vamos comemorar o Natal, peço ao Menino Jesus que traga Paz às nossas famílias e ao nosso país, mas também a todas as pessoas que nos apoiam. Que Deus os abençoe e a Virgem Maria os proteja”, expressou o Prelado.
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— ACI Digital (@acidigital) 6 de dezembro de 2017